1 de julho de 2011

manhã de dezembro

por um tempo de fração indeterminado, você continua sustentando o meu olhar. uma vez que você chegou e disse palavras um tanto quanto peculiares, eu já nem me importei mais com o rótulo dizendo ser perigoso demais para mim. eu querendo mais de você, e de tudo que você tinha a me oferecer e então, como num piscar de olhos você realmente fugiu de mim com a rapidez mais espetacular que eu já pudera ter visto antes, e como você foi, assim você voltou. balançando meus cabelos entre os dedos, com a maciez que podemos encontrar em rosas acabadas de brochar e nas nuvens que pairam no ar como algodões doces gigantes. talvez eu tenha uma certa fraqueza... mas subitamente ela se torna também a minha força. e amanhã, quando eu despertar de um sonho sereno e profundo, eu só posso lhe pedir um singelo favor: fique até que eu me acalme, me faça fechar os olhos e sentir sua partida depressa, mas com delicadeza, para que assim que eu abrir os olhos, eu me lembre de que é, e apenas foi uma lembrança passageira de alguém que possa talvez, apenas talvez, nunca ter realmente estado aqui. como a ideia de que eu apenas sei, porém não posso provar a ninguém, e nem a mim mesma. e assim que adormecer, lembrar que foi apenas uma linda e calma manhã de dezembro.